Krem yky Cumaru

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Quando passa a chuva é quando começa o inverno, se tiver muita flor é sinal de nessa safra haverá muito cumaru/krem yky



Os velhos dizem que é sempre assim, alguns anos tem safras muito fartas de cumarú/ Krem yky e outros anos é mais ou menos/coibi. Quando passa a chuva é quando começa o inverno, se tiver muita flor é sinal de nessa safra haverá muito cumaru/krem yky. São geralmente os caçadores que primeiro sentem o cheiro que a casca solta, são eles quem fazem a primeira pesquisa quando a safra estiver perto de chegar. Quando a semente cai no chão e fica cheiroso, o caçador percebe e logo avisa a todos na comunidade, pois é o bom momento de coletar, depois da aparição das flores. Quando fica muito florido é por que haverá muito cumaru, como no caso da safra deste ano na TI Kayapó e Mekragnotire. Tem cumaru na mata fechada, na floresta e na terra vermelha também, no cerrado. Suas propriedades medicinais são conhecidas desde tempos imemoriais. O cumaru ocorre em grande densidade nos altos cursos dos rios Iriri e Riozinho, o que se tornou uma boa alternativa de geração de renda para as aldeias mais distantes dos centros urbanos, como as aldeias Kubenkrankenh, Aukre e Kendjam, que se tornaram as maiores coletoras. O manejo de sementes de Krem yky auxilia a reprodução e dispersão da espécie pelo território.


A AFP apoia desde 2012 a coleta e comercialização de sementes de cumaru/Krem yky. O trabalho/djapei da extração de Krem yky é uma alternativa de renda para as mulheres/nire na época da seca, nos meses de junho a setembro. Muitas vezes a família inteira acampa no cumaruzal para coletar, ou em alguns casos os bebês/meprire ficam na aldeia para serem cuidados por algum familiar. Às vezes vai o casal, podem ficar até ou mais de uma semana na mata, em alguns casos levam os meninos/mebôktire para ajudar. Depois da coleta as sementes são levadas de volta para a aldeia ainda dentro da casca, são deixadas para secar ao sol ao redor de 10 dias e depois são abertas com batidas de martelo para abrir a casca e retirar de dentro a semente que por sua vez é colocada para secar novamente e armazenada para venda. Os locais de coleta de cumaru/Krem yky também têm carvão para fazer a tinta preta com o jenipapo que geralmente é usada para a pintura corporal. A organização do trabalho coletivo de coleta do cumaru é protagonizada muitas vezes pelas mulheres/nire que organizam as expedições de coleta.  



Assista ao filme Historias de Cumaru de Simone Giovine





Realização: AFP, Aldeia Kendjam e Coletivo Beture

Produção Executiva: Adriano Jerozolimski, Fernando Niemeyer

Direção e Fotografia: Simone Giovine

Câmera: Djokrô Kayapó, Kubenkàkre Kayapó, Simone Giovine

Montagem e Finalização de Imagem: Marcelo Coutinho

Finalização de Som: Rafael Borges

Produção: Nilson Salles, Júlio César Ponhgri, Krantere Kayapó, Beti Kayapó

Tradução: Pat-I Kayapó